terça-feira, 31 de março de 2009

O PONTO DE VISTA HUMANISTA


Os psicólogos orientados humanisticamente estão unidos por um objetivo comum: desejam humanizar a psicologia. Isto é, querem fazer da psicologia o estudo daquilo “que significa estar vivo como ser humano”. Eles têm origens diversas e variam consideravelmente em suas teses individuais. Mesmo assim, a maioria dos psicólogos orientados humanisticamente participam das seguintes atitudes gerais.


1. Embora os cientistas do comportamento tenham que adquirir conhecimento, seu objetivo principal deve ser o de servir. Os psicólogos devem ajudar as pessoas a compreenderem-se e desenvolverem-se até o máximo de sue potencial. Devem visar à expansão e ao enriquecimento das vidas humanas.

2. Os cientistas do comportamento devem estudar os seres humanos vivos como um todo, em vez de compartimentalizar o funcionamento em categorias, tais como percepção, aprendizagem e personalidade (observe-se influência da Gestalt).

3. Os problemas humanos significativos – inclusive a responsabilidade pessoal, objetivos de vida, engajamento, auto-realização, criatividade, espontaneidade e valores – devem ser o objeto das investigações psicológicas.

4. Os cientistas do comportamento deverão focalizar sua atenção na consciência subjetiva (o modo como as pessoas visualizam suas próprias experiências), uma vez que a interpretação é fundamental em toda atividade humana (essa ênfase também reflete a influência da psicologia da Gestalt).

5. Os cientistas do comportamento devem esforçar-se por compreender o individual, o excepcional e o imprevisível, assim como o geral e o universal. Em contrapartida, os psicólogos psicanalistas, neobehavioristas e cognitivistas interessam-se mais por descobrir as leis gerais do funcionamento.

6. OS métodos específicos que os cientistas do comportamento adotam devem ser secundários aos problemas que estes decidem estudar. Assim, os psicólogos humanistas empregam muitos tipos de estratégias de pesquisa: Métodos objetivos, estudo de casos individuais, técnicas introspectivas informais e, mesmo, a análise de obras literárias. Pois os psicólogos humanista, acreditando que a consciência intuitiva e uma fonte válida de informação, não hesitam em confiar em sua próprias impresões e sentimentos subjetivos.


Visão Humanista.

Objetivo:

Questões a respeito da pessoa integral, da experiência humana subjetiva e de problemas humanos significativos; o extraordinário e o individual, bem como o comum e o universal.

Principal Finalidade:

Primariamente, serviços e enriquecimento da vida; secundariamente conhecimentos.

Métodos de Pesquisa Preconizados:

A consciência intuitiva do observador é considerada importante. São aceitáveis todos os procedimentos – os métodos objetivos, a introspecção informal, o estudo de casos, a análise literária etc.

População Estudada:

As pessoas.

Trecho do livro "Introdução À Psicologia", de Linda L Davidoff.

domingo, 29 de março de 2009

Sugiro que assistam: "Jornada da Alma"

Jornada da Alma
A verdadeira história de Sabina Spielrein.
Uma garota de 19 anos dá entrada em um hospital psiquiátrico em Zurique, onde ela chega da Rússia em condições desesperadoras. A garota sofre de um severo caso de histeria. Um jovem médico, CARL GUSTAV JUNG, a toma sob seus cuidados e, pela primeira vez em sua vida experimenta nas técnicas da psicanálise de seu professor, SIGMUNDO FREUD. Assim, nasce uma história avassaladora de amor e paixão, corpo e alma. Baseado em uma história real.

Ficha Técnica

Direção:
Roberto Faenza

Música:
Andrea Guerra

Fotografia:
Maurizio Calvesi

Título Original:
Prendimi L'Anima

Gênero:
Drama

Tempo de Duração:
89 minutos

Ano de Lançamento (França):
2003
Site: http://www.medusa.it/prendimilanima

sábado, 28 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

Todas Disciplinas possíveis do curso de Filosofia

Cs007- Antropologia 1
Fórmula: Cs013 Ou Cs224
Equivalências
Cs224 - Antropologia Cultural 1
Cs013 - Antropologia


Cs009- Antropologia 2
Fórmula: Cs017 Ou Cs225
Equivalências
Cs225 - Antropologia Cultural 2
Cs017 - Antrop Das Socied Contemporâneas


Fl326- Antropologia Filosófica
Fórmula: Fl323
Equivalências
Fl323 - Antropologia Filosófica 1


Cs012- Ciência Política 2
Fórmula: Cs461
Equivalências
Cs461 - Teoria Política Clássica


Te201- Didática 1
Fórmula: Te200 Ou Te707
Equivalências
Te707 - Didática
Te200 - Didática


Ap203- Estrut E Func Do Ensino 3
Fórmula: Ap493
Equivalências
Ap493 - Políticas Educacionais- Organização E Funcionamento Da Escola Básica


Fl237- Ética
Fórmula: Fl231
Equivalências
Fl231 - Ética 1


Fl238- Ética Sistemática
Fórmula: Fl232
Equivalências
Fl232 - Ética 2


Fl261- Filosofia Da Arte
Fórmula: Fl241
Equivalências
Fl241 - Estética 1


Fl260- Filosofia Da Ciência
Fórmula: Fl224
Equivalências
Fl224 - Filosofia Da Natureza 2


Fl269- Filosofia Da Cultura
Fórmula: Fl462
Equivalências
Fl462 - Filo Da Hist E Da Cultura 2


Fl268- Filosofia Da Historia
Fórmula: Fl461
Equivalências
Fl461 - Filo Da Hist E Da Cultura 1


Fl262- Filosofia Da Literatura
Fórmula: Fl242
Equivalências
Fl242 - Estética 2

Fl227- Filosofia Da Natureza
Fórmula: Fl223
Equivalências
Fl223 - Filosofia Da Natureza 1


Fl220- Filosofia Da Religião
Fórmula: Fl412
Equivalências
Fl412 - Problemas Atuais Da Filosofia 2


Fl266- Filosofia Dos Valores
Fórmula: Fl431
Equivalências
Fl431 - Filosofia Dos Valores 1


Fl264- Filosofia E Psicanálise
Fórmula: Fl324
Equivalências
Fl324 - Antropologia Filosófica 2


Fl270- Filosofia Política
Fórmula: Fl437
Equivalências
Fl437 - Filosofia Política 1


Fl267- Filosofia Social
Fórmula: Fl435
Equivalências
Fl435 - Filosofia Social 1


Cs004- Fundamentos De Sociologia
Fórmula: Cs001
Equivalências
Cs001 - Sociologia 1


Fl236- Historia Da Filo Contemporânea
Fórmula: Fl217
Equivalências
Fl217 - Hist Da Filo Contemporânea 1


Fl233- Historia Da Filosofia Antiga
Fórmula: Fl211
Equivalências
Fl211 - Historia Da Filosofia Antiga 1


Fl234- Historia Da Filosofia Medieval
Fórmula: Fl213
Equivalências
Fl213 - Historia Da Filosofia Medieval 1


Fl235- Historia Da Filosofia Moderna
Fórmula: Fl215
Equivalências
Fl215 - Historia Da Filosofia Moderna 1


Fl252- Iniciação A Pesquisa Filosófica
Fórmula: Fl245
Equivalências
Fl245 - Metodologia Pesquisa Filosófica


Sf200- Introdução à Educação
Fórmula: Sf451
Equivalências
Sf451 - Fundamentos Da Educação


Fl010- Introdução à Filosofia 1
Fórmula: Fl001 Ou Fl006 Ou Fl009 Ou Fl003
Equivalências
Fl009 - Introdução à Filosofia
Fl006 - Introdução à Filosofia 1
Fl003 - Filosofia
Fl001 - Filosofia 1


Fl249- Lógica Clássica
Fórmula: Fl256 Ou Fl257
Equivalências
Fl257 - Lógica 1
Fl256 - Lógica 1


Fl263- Marxismo
Fórmula: Fl438
Equivalências
Fl438 - Filosofia Política 2


Fl325- Metafísica
Fórmula: Fl321
Equivalências
Fl321 - Metafísica 1


Fl265- Problemas Atuais Da Filosofia
Fórmula: Fl411
Equivalências
Fl411 - Problemas Atuais Da Filosofia 1


Ps281- Processos Cognitivos 1
Fórmula: Ps001
Equivalências
Ps001 - Psicologia 1


Ps244- Psicologia 6 (Motivação E Emoção)
Fórmula: Ps203
Equivalências
Ps203 - Psicologia 5

Po403- Psicologia Da Educação 6
Fórmula: Po208
Equivalências
Po208 - Fund Psicológicos da Educação A


Po404- Psicologia da Educação 7
Fórmula: Po209
Equivalências
Po209 - Fund Psicológicos da Educação B


Ps248- Psicologia da Personalidade 1
Fórmula: Ps204
Equivalências
Ps204 - Psicologia 6


Ps249- Psicologia Da Personalidade 2
Fórmula: Ps232
Equivalências
Ps232 - Psicologia Da Personalidade 2


Fl274- Semin Filo 1-Tex Obr Fil Gre-Roma
Fórmula: Fl212
Equivalências
Fl212 - Historia da Filosofia Antiga 2


Fl283- Semin Filo 10-Tex Obr De Etica
Fórmula: Fl432
Equivalências
Fl432 - Filosofia Dos Valores 2


Fl275- Semin. Filo 2-Tex. Obr. Fil. Id. Media
Fórmula: Fl214
Equivalências
Fl214 - Historia Da Filosofia Medieval 2


Fl276- Semin. Filo 3-Te Ob Fil. Ren. Id Mod.
Fórmula: Fl216
Equivalências
Fl216 - Historia Da Filosofia Moderna 2


Fl277- Semin. Filo 4-Fenomenol. e Existenc.
Fórmula: Fl218
Equivalências
Fl218 – Hist. da Filo Contemporânea 2


Fl278- Semin. Filo 5-Estruturalismo
Fórmula: Fl218
Equivalências
Fl218 – Hist. da Filo Contemporânea 2


Fl279- Semin. Filo 6-Est. Mon/Paulo Freire
Fórmula: Fl218
Equivalências
Fl218 – Hist. da Filo Contemporânea 2


Fl281- Semin. Filo 8-Top. Sel. Metafísica
Fórmula: Fl322
Equivalências
Fl322 - Metafísica 2


Fl282- Semin. Filo 9-Utop. Polit. E Sociais
Fórmula: Fl436
Equivalências
Fl436 - Filosofia Social 2


Fl225- Teoria Do Conhecimento 1
Fórmula: Fl221
Equivalências
Fl221 - Teoria Do Conhecimento 1


Fl226- Teoria Do Conhecimento 2
Fórmula: Fl222
Equivalências
Fl222 - Teoria Do Conhecimento 2

quinta-feira, 26 de março de 2009

2ª feira de minerais e rochas

No Centro de convenções da UFPE acontecerá a 2ª Feira de Minerais e Rochas. O evento tem a coordenação dos departamentos de Geologia e de Arquitetura e Urbanismo e contará com exposições, painéis, oficinas e minicursos voltados aos setores de arquitetura, construção civil, ambientação e mineralogia.

De 15 a 17 de Abril

Contato:

Academia UFPE/GEAP

Academia UFPE/GEAP

Inscrições Gratuitas
Horários: 06:00 às 08:00 13:30 às 19:30
Local: Pista de Cooper (ao lado da Biblioteca central)
Público alvo: Servidores, dependentes e alunos da UFPE.
Contato: 2126-8190/2126-8189

Endereço:
Biblioteca Central - UFPE
Av. dos Reitores, s/n
Cidade Universitária
Tel. 2126-8664

terça-feira, 24 de março de 2009

Cineada no CAC

THE WITNESS


Eddie Lama é empreiteiro da construção civil do bairro do Brooklyn, um dos cinco distritos da cidade de New York, que evitava qualquer aproximação com animais, até que um gato transformou o seu agir e o inspirou a resgatar animais abandonados e trazer sua mensagem de compaixão às ruas de New York.
Com humor e sinceridade, Jenny Stein (diretor) conta a história desta incrível mudança de consciência.
Diretor
Jenny Stein

Produtor
James LaVeck

Fotografia
Jason Longo

Som
Jane Greenberg

Com a música "Angel", de Sarah McLachlan

Endereço:
CAC - Centro de Artes e Comunicação
- UFPE:
Av. Prof. Moraes Rego, 1.235,
Cidade Universitária. Informações:
2126-8300.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Grupo de Estudo: Filosofia Antiga


Grupo avançado de Estudo, coordenado pelo Prof. Dr. Anastácio B Araújo Jr (UFPE), todas as segundas, às 10h30mim, na sala do professor (15° Andar).

Leitura Atual:
Diálogos de Platão

ENDEREÇO
:
Av. Acadêmico Hélio Ramos, s/ n,
CFCH
- 15º andar
Cid. Universitária

sábado, 21 de março de 2009

A Bicicletada

A Bicicletada é um movimento onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos são: divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e chamar a atenção da população para este meio de transporte ecológico e sustentável.

A bicicleta é um meio de transporte viável, rápido, saudável e prazeroso. Junte-se a nós e ganhe um prêmio aderindo ao movimento: QUALIDADE DE VIDA!

A Bicicletada do Recife ainda está em processo de organização. Estamos entrando em contato com outros ciclistas para viabilizarmos esta idéia e concentrar o maior número possível de participantes. Aqueles que quiserem tirar dúvidas ou dar sugestões, enviem um e-mail para o endereço bicicletada.recife@gmail.com

A Bicicletada é um movimento sem líderes inspirada na Massa Crítica, uma "coincidência organizada", onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos da Bicicletada são divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano.

Site: http://www.bicicletada.org/Recife

sexta-feira, 20 de março de 2009

Cineminha na UFPE

Filme: Hotel Ruanda

Em meio a um conflito que matou quase um milhão de pessoas em menos de 4 meses, um homem abre o hotel que gerencia para abrigar a maior quantidade possível de pessoas. Com Don Cheadle, Joaquin Phoenix e Nick Nolte. Recebeu 3 indicações ao Oscar.

Filme: Tróia

O diretor Wolfgang Petersen (Força Aérea Um) leva às telas a batalha entre a Messênia e Tróia. Com Brad Pitt, Peter O'Toole, Eric Bana, Orlando Bloom e Saffron Burrows. Recebeu uma indicação ao Oscar.

Filme: As Branquelas

Dois policiais negros decidem se disfarçar de mulheres brancas, para investigar uma denúncia de sequestro que elas receberam e salvar seus próprios empregos. Dirigido por Keenan Ivory Wayans (Todo Mundo em Pânico) e com Shawn Wayans e Marlon Wayans no elenco.

Filme: Como Água para Chocolate

Uma jovem é vítima de uma tradição local, que diz que a filha mais nova não pode se casar para cuidar da mãe até sua morte. Mas ela se apaixona por um jovem, que aceita se casar com a irmã dela apenas para ficar ao seu lado. Dirigido por Alfonso Arau (Caminhando nas Nuvens).

Endereço:
Biblioteca Central - UFPE
Av. dos Reitores, s/n, 2° Andar
Cidade Universitária
Tel. 2126-8664

quarta-feira, 18 de março de 2009

Trabalho de filosofia: O que é a filosofia?

Trabalho de filosofia: O que é a filosofia?


Objetivo:


Abortar a questão “O que é a filosofia?” utilizando a concepção de um dos filósofos trabalhado em sala de aula.


Filósofos:


Platão, Aristóteles, São Tomás, Descartes, Hume, Nietzsche, Heidegger, Strawson.


Formato do Trabalho:


Sem Capa.

Fonte: Times New Roman.

Tamanho da Fonte: 12

Bibliografia: Rodapé

Espaçamento entre linhas: 1,5

Páginas: 03


terça-feira, 17 de março de 2009

Recepção e trote aos alunos de Filosofia.

Recepção aos alunos de Filosofia
Sexta feira 4h
Comida e bebida ficarão por conta de cada sala (período).
Quem quiser comparecer deve procurar se organizar com os outros que também desejam ir para recepção.

Trote saudável (Sugestão):
Voluntários para limpeza do DA
Quinta 4h

segunda-feira, 16 de março de 2009

Workshop: Ontologia e Matemática


Workshop: Ontologia e Matemática

9h30mim. Prof. Dr. Anastácio B Araújo Jr (UFPE)
A natureza dos Números nos Diálogos de Platão.

11h. Prof. Dr. Érico Andrade.(UFPE)
Descomprometimento Ontológico e Constituição do Objeto Matemático nas Regras para Direção do Espírito.

14h. Prof. MS Leonardo Cisneiros (UFRPE)
O Intucionismo Contemporâneo de DRUMMETT e PRAWITZ

15h15mim. Prof. Dr. Fernando Raul Neto (UFPE)
A Metafísica das quantidades Negativas e Conceito de Bedeutung em Frege.

17h Prof. Dr Marco Rufino (UFRJ)

Números como Objetos Lógicos.

Dia 03 Abril de 2009
Auditório de Filosofia
15° Andar
CFCH – UFPE

Inteligência artificial

SOBRE UM DEBATE QUANTO À COGNIÇÃO ARTIFICIAL


Um colega, em discussão no Orkut sobre IA (inteligência artificial), transcrevendo uma posição do Wikipédia, registrou:

"Um comportamento emergente ou propriedade emergente pode aparecer quando uma quantia de entidades (agentes) simples operam em um ambiente, formando comportamentos complexos no coletivo. A propriedade em si é comumente imprevisível e imprescendente, e representa um novo nível de evolução dos sistemas. O comportamento complexo ou as propriedades não são a propriedade de nenhuma entidade em particular, e eles também não podem ser previstos ou deduzidos dos comportamentos das entidades em nível baixo".Esta é uma clássica posição evolucionista que, observem, a priori, já demonstra seu comprometimento com a filosofia naturalista: "...O comportamento complexo ou as propriedades não são a propriedade de nenhuma entidade em particular".

Várias observações podem ser feitas quanto a um comentário deste tipo:

1 - Talvez não se tenha apercebido que seu comprometimento com a filosofia naturalista é a priori. Isto NÃO é novidade para ninguém, principalmente depois de algumas declarações que repercutiram muito na mída. Richard Dawkins, o mais famoso militante anti-religião, afirmou: "Nosso comprometimento filosófico com o materialismo e o reducionismo é verdadeiro", em correspondência eletrônica com Phillip Johnson, líder do movimento chamado "Projeto Inteligente", nos EUA: http://www.arn.org/docs/pjweekly/pj_weekly_010813.htm . Chamamos isso em ciência de argumentação do "é porque é". Richard Lewontin, de Harvard, deixa isso claro como água, quando corajosamente reconhece algumas implicações de causa e consequencida da teoria que defende. No The New York Review of Books, de 1997, ele disse: "Assumimos o lado da ciência, apesar do patente absurdo de alguns de seus constructos, a despeito de sua falha em cumprir muitas de suas promessas extravagantes de saúde e vida, a despeito da tolerância da comunidade científica pelas histórias do tipo "é porque é", porque nos comprometemos previamente com o materialismo. (...) Além do mais, este materialismo é absoluto, pois não permitir a entrada de nada que seja divino".

2 - Precisamos, portanto, tomar cuidado com o que pensamos ser fato consumado. E há fatos consumados em ciência, sim. Contudo, depois de Karl Popper, sabemos que para que "ciência" seja conhecida como tal, é necessário que tenha a ´possibilidade´ de ser falseável... Mas, isto não quer dizer que sobre determinados aspectos tidos como científicos os especialistas que trabalhem em suas determinadas áreas, não tenham objetos de seus estudos como "fatos estabelecidos". Negar isto é infantilidade.... (p. ex.: negar que a "lei" do próprio Popper NÃO é científica, pois se fosse ela mesma teria de ser falseável, o que é um absurdo, pois para que tenha alguma validade ela precisa ser "absoluta". Isto exemplifica que se a ciência quiser ser levada à sério ela precisa saber que, inelutavelmente, está andando pelos (às vezes, sorrateiros) campos da filosofia e da lógica.

3 - A citação, que ganhou alguma conotação em nossa discussão, ainda diz: "Um comportamento emergente ou propriedade emergente pode aparecer quando uma quantia de entidades (agentes) simples operam em um ambiente, formando comportamentos complexos no coletivo". Isto é completamente especulativo... Vide o trabalho sobre o flagelo bacteriano, por exemplo. http://permanencia.org.br/revista/Pensamento/behe.htm. À propósito, muita confusão se faz sobre o design inteligente. Aqui, uma interessante carta, dirigida ao leitor/público acadêmico, da SBPC: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=33454 (peço-lhes que leiam com calma.. boa explanação deste leitor do Jornal da Ciência). Não se vê, em relação à matéria e à organização complexa de organismos, no universo, nada que vá do mais simples ao mais complexo. Pelo princípio entrópico, vemos o contrário: Do mais complexo ao mais simples... Tudo o que burla isto, abertamente, é a T.E. Somente na T.E. vemos que o mais simples vai ao mais complexo, eliminando-se retórica e filosoficamente todas as questões físicas e metafísicas ligadas à criação da vida, com a abiogênese. Se não há biogênese, um problema maior inrrompe: a fatídica explicação para uma existência prévia eterna da matéria (sejam em que níveis tenham se dado), o que é uma contra-senso já combatido pelo famoso argumento kalam, que demonstra a impossibilidade de uma regressão infinita de eventos contingentes (isto é, "causados por outros") pois, se tal regressão existisse, jamais existiria o presente, o dia de hoje.

4 - O paradoxal não termina aí. Gosto muito do Carl Sagan.. Ele foi um dos principais divulgadores da ciência.. mas, péssimo em questões de lógica e metafísica. Carl era um dos simpatizantes da teoria do "universo inflacionário", que claramente burla a impossibilidade de regressão infinita de eventos contingentes. Outra questão interessante é que Carl afirmou em seu romance, "Contato", que uma simples sequência de números primos era o suficiente para que qualquer cientista do SETI soubesse que a mesma tinha uma origem inteligente. Ora, na popular série televisiva"Cosmos", Carl faz uma analogia com a nossa capacidade cerebral e a biblioteca do congresso nacional americana: Nós temos nos nossos cérebros, em termos de dados, mais ou menos a mesma quantidade de material codificado existente na quantidade de volumes que possui a BCN dos EUA. O que não consigo entender é que não exista nada (natural, desprovido de inteligência) no universo (posição prévia de Carl) que possa originar uma sequencia de números primos... mas "não pode haver uma explicação metafísica - e aqui, entenda-se que metafísica virou sinônimo, infelizmente, de superstição irracional, algo que desagrada, e muito, os filósofos contemporâneos!!! - uma explicação em Deus, por exemplo, mas temos que imaginar que o tempo e as forças aleatórias originaram e deram continuidade ao desenvolvimento dos processos altamente complexos da natureza (viva), levando-os até à cognição!!!.

5 - E finalmente, se o cérebro produziu a auto-consciência, este é um evento que não encontra paralelo em nenhum sistema estudado até hoje, e vai de encontro a todos os processos epistemológicos que conhecemos... Como uma "máquina" pode criar o "sofware" que irá operá-la? Isto NÃO é fato com a IA, como bem o sabemos... Adequando-se à constante de causa-efeito, a IA tem uma causa mais inteligente do que ela mesma, assim como todos os passos necessários que levaram a ela não vieram de uma "seleção natural", mas foram pesquisados, projetados, desenvolvidos, idealizados, SEMPRE; isto sim, é algo que adequa-se aos nossos sistemas epistemológicos. Creio, sinceramente, que falta uma análise verdadeiramente crítica dos padrões estabelecidos quanto ao desenvolvimento da inteligência a partir de meios puramente naturais (naturalismo) que, penso eu, é muito mais filosófico do que empírico. Na ânsia de se retirar Deus de cena, ou de se associar a metafísica à supersticiosidade, os defensores do naturalismo filosófico, declaradamente pressuposicionalistas, tornam-se aquilo que mais tentam combater!

Artur Eduardo

O que é e o que não é paradoxo

O PROBLEMA DOS PARADOXOS

Muita gente usa o paradoxo de forma errônea, afirmando que paradoxoS são apenas "exemplos de afirmações/respostas paradoxais e questões fora do senso comum": "Você diz a verdade? R - Na verdade, não!" (Esta pessoa respondeu ou não a verdade? Observe que podemos ser levados a pensar que ela disse a verdade. Mas, não necessariamente. É como se dissesse "na verdade, minto", e o que ela disse já pode ser algo mentiroso, daí o paradoxo). Observamos que, em vistas de interpretação de texto, esta tarefa não é algo fácil. Deve-se acrescentar, contudo, que para que algo seja paradoxal é necessário que não haja resposta conhecida, pois do contrário, não é paradoxo. Quando Epimênides diz "Todos os cretenses são mentirosos", sendo ele cretense, aquilo é ou não mentira? Este famoso "paradoxo" do mentiroso não é um paradoxo, de verdade. O contrário deste paradoxo NÃO é "Todos os cretenses não são mentirosos", pois isto obviamente é falso. O contrário é "Alguns cretenses não são mentirosos", o que obviamente é verdadeiro. Logo, se esta frase é verdadeira, sua contra posta é falsa dissolvendo-se o paradoxo. Epimênides mentiu ou foi (o que é mais provável) generalista.

Fig. 1 - Famosa obra do litógrafo holandês Escher, "A Queda d´água". A água cai e a energia do processo alimenta uma queda d´água contínua. Sabe-se que, pela lei da conservação da energia, tal motor contínuo é impossível. Este é conhecido como o "paradoxo" hidrostático. Não existe, porém, paradoxo algum. A construção é hipotética, mas impossível.


Fig. 2 - Nesta imagem, "Litografia", de Escher, vemos outro exemplo da falha de nossa percepção. Para qual direção o prédio está, realmente, voltado? Dependerá do observador. A questão aqui é que há perspectivas diferentes em pontos diferentes do quadro, daí a sensação de paradoxo. Imagine a metade superior do quadro com uma perspectiva, e a inferior com outra. A genialidade do pintor encontra-se na mistura das duas perspectivas. É exatamente deste maneira que muitos aparentes paradoxos são criados.


PRESCIÊNCIA PREDETERMINADA... OU SERIA PREDETERMINAÇÃO PRÉ-CONCEBIDA?


Falha do pensamento da Eleição de Deus exclusivamente pela presciência ou pela predeterminação: "Este diz: "Deus 'anteviu' (conheceu) quem iria se converter, e escolheu quem iria se salvar". Mas, se Deus é eterno, suas ações sempre são eternas, por isso, não há sentido na 'ordem' a) antever para b) escolher. Ele "escolhe já antevendo" e "antevê escolhendo" Assim, Deus escolheu os seus DESDE SEMPRE. A discussão, portanto, sobre presciência e predeterminação, em última análise, não tem sentido algum!.... Isto é paradoxo.

DOIS DEUSES?

A diferença da validade do pensamento lógico: É possível haver dois deuses? R- Não. Se Deus é ilimitado, outro "Deus" também seria ilimitado, não havendo distição. Assim, 2 teria de ser iguala 1, ou A = -A, o que é absurdo.

O "CRIADOR" TEM DE EXISTIR COMO INCRIADO?
É possível não haver Deus? R- Tabém não. Se não existe um ser auto-existente e criador, estamos admitindo que o universo a) é eterno ou b) tenha infinitas (re) criações. Os dois casos são absurdos, pois sugerem uma "sucessão infinita de eventos finitos", o que é impossível, pois o infinito precisaria ter sido "ultrapassado" para que viéssemos a existir. Assim, Deus TEM que existir.

O "PARADOXO" DE DEUS E A PEDRA...
Este é um claro exemplo do não entendimento correto do que é paradoxo ou uma formulação paradoxal. É possível Deus fazer uma pedra que ele mesmo não possa carregar? R- Problema na pergunta. Este pensamento NÃO é válido, pois está se pedindo para Deus fazer algo finitamente (pedra) infinito (maior do que Deus). É o mesmo de se pedira alguém que faça um "círculo quadrado".

O "HINDU", O "BUDISTA" O "ATEU" E O "AGNÓSTICO"
O hindu/budista dizem: "Tudo é ilusão". Arguimos, então: E a frase que afirma que tudo é ilusão... ela também tem que ser uma ilusão... Se ilusão é sinônimo do que não é verdadeiro, mas falso, logo a frase é falsa. Que pensamento esquisito, esse hindu/budista, hein??? Isto já é sabido. O que não é geralmente sabido é que o panteísmo agir como o "paradoxo hidrostático". Explico: Se há uma alimentação contínua (infinita) das forças que formam o todo, a realidade seria uma eterna repetição de fenômenos (isto é claramente ensinado através da idéia dos longos círculos de criação e recriação hindus). Contudo, mais uma vez teríamos uma impossibilidade física, como no paradoxo hidrostático: a repetição eterna de eventos contingentes. A contingência é um fator determinte a um início de tudo, mas não de um eterno re-início. Não poderíamos exisitir desta maneira porque todas as possibilidades teriam de "ser" antes de nós. Mas, se há uma infinitude de contingência, isto não é possível. Eternos círculos de existência "ilusório", portanto, são pura ilusão, nada mais.

O ateu (hoje chamado eufemisticamente de "humanista ético") diz: "Deus não existe. O mal existe". Como compararmos elementos "malignos" se não há qualquer padrão absoluto de benignidade??????????? O naturalista (um ateu mais "sofisticado") diz: "O acaso, uma sucessão de eventos não inteligentes, formou o universo e propiciou a vida na terra". Bem, vejamos: Uma das chamadas "constantes antrópicas", isto é, causas que propiciam a vida humana na terra é a gravidade. De acordo com Jeffrey Zweerink, físico da UCLA (Univ. da Cali-fórnia em Los Angeles), se a força gravitacional da terra fosse alterada em 10 elevado a -37 por cento, o sol não existiria, e não existiria vida! (Só para você ter uma idéia da precisão, o número é o seguinte: 0,00000000000000000000000000000000000001. (!!!!!!!!!!!) Sabe quais são as chances de tal precisão acontecerem "por acaso"???? Bem, muito menores do que esse número!!! Se o naturalista ainda tem a sua "fé" inabalável no acaso então vejamos outra: O astrofísico Hugh Ross, no livro "Why i believe in divine creation" ("Porque eu acredito na criação divina"), calculou a probalidade em que as "constantes antrópicas"pudessem existir pelo acaso em um outro planeta. Ele partiu do pressuposto de que existam 10 elevado a 22 planetas. Um número extraordinariamente alto. A chance das constantes antrópica seria de 1 sobre 10 elevado a 138. Ou seja, 1 em dez elevado a 138 zeros!!! Para se ter uma idéia, a quantidade de átomos no universo é estipulada em 10 elevado a 90!!!! As chances de vida, portanto, sem um projetista inteligente, em qualquer outro lugar do universo, são ZERO!!!!! "Não tenho fé suficiente para ser ateu".

O agnóstico diz: "Não se pode saber coisa alguma sobre a Verdade". Bem, nós perguntamos: "Isto, é verdade????". Ou pior: "Não se pode saber coisa alguma sobre Deus". Mas, isto já é algo que se diz acerca de Deus. "Coisa alguma" = "nada", mas, de fato, a absoluta transcendência não é nada; é algo. Quando diz algo sobre Deus, afirmando que não se pode falar ou saber coisa alguma sobre Deus, o agnóstico burla a Lei da Não Contradição e sua asseveração torna-se sem sentido algum.

Nem sempre é fácil determinarmos pensamentos verdadeiramente paradoxais. Muitas vezes, somos levados por paradoxos assumindo posicionamentos que irão até mesmo nos prejudicar, posteriormente. Mas, quando identificamos bem como estamos arguindo e como nos estão interpelando em vários tipos de discussões possíveis (as mais rotineiras, imagine), o pensar corretamente nos dá um "trunfo", pois não se pode fugir à lógica de que qualquer pessoa pode construir determinado estilo de vida (pensamento) sobre um "projeto" que ele mesmo visa "destruir", ou em outras palavras, não se pode usar a lógica para assassinar a lógica. O absurdo de se assumir pensamentos contraditórios é a consequência natural do "não pensar bem", e é exatamente o que vemos, hoje em dia. Daí o absurdo de vermos cada vez mais contradições e pior, tudo da maneira mais confortável possível.


Artur Eduardo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Os Surfistas


Os Surfistas

Estrangeiro — Meu irmãoooo..., tem uma parada de um tal de Não-ser, do coroa Parmênides, que está dando um nó nos meus miolos desde que sou moleque.

Teeteto — Pô, Meu! Comigo pode ficar frio. Pensa apenas na melhor maneira de levar a parada, que eu sigo a tua onda numa boa.

Estrangeiro — Sem essa de crocodilagem e nem tirando onda de X-9, mas na boa e com cabeça aberta para a parada do Não-ser, tu, meu véio, sabe dizer que onda é essa?

Teeteto — Xiiii..., meu véio!!! F...deu!!! Essas paradas nunca encarei não.

Estrangeiro — Pô, irado!!! A parada é não pensar muito na parada para parada não ser parada. Deu para pegar???

Teeteto — Pô, Meu!!!! Isso é....IRADOOO! Uhhhh!!!!! Agora, véio, como faço a parada?

Estrangeiro — Meu irmão, é só não ligar a parada a p...rra nenhuma.

Teeteto — F...deu, meu veio! Sei fazer essas paradas não. Como é essa viagem?

Estrangeiro — Biiicho, tu é um melé mesmo! O papo é reto, é só não ligar o troço a nenhuma viagem e o negócio sai.

Teeteto — Bizarrroooo!!!

Estrangeiro — .........................................................Isso aí!!!!

Teeteto — ..................................................................Uhhh!!!

Estrangeiro — ................................................

Teeteto — .......................................................

Estrangeiro — ................................................

Teeteto — .......................................................


Estrangeiro — Meu Irmão, tô vazando.

Teeteto — É isso aí!

terça-feira, 10 de março de 2009

No último dia...


Somei todo o dinheiro que estava comigo, porém era insuficiente. O seu retrato encima da estante me fez lembrar que era preciso de mais, muito mais. E não tinha mais nada. Passei pelos quartos e em cada um destrocei toda idiota arrumação. E nada... Na cozinha revirei as panelas, as frigideiras e todos inúteis recipientes de plástico que minha mãe me deu no natal e mais uma vez... nada. Comecei a me desesperar com a ideia de não poder adquirir o meu suvenir. Aquele que você tanto detestava. Atordoado, chorei.

Comecei sentir frio de uma forma avassaladora. A tensão anuviara tudo que estava ao meu redor e tive ânsia de vômito. Tudo indicava ser uma patética doença psicológica, porém não teria remissão a tempo de me desvencilhar dessa maldição. Após o vômito tomei mais uma dose de conhaque para aliviar o sabor dos ácidos estomacais que permaneciam na minha boca. O conhaque passou pela minha garganta fragilizada queimando tudo que encontrava no caminho. Porém as cólicas continuavam produzindo fortes dores e estranhos pensamentos passaram por minha mente.

Elizabete com asas de anjo defronte a margem do rio num suave crepúsculo pernambucano e nada mais decorava o seu corpo. Desejei estar munido com a minha câmera Leica e registrar aquele momento, porém não a tinha levado. Só levava comigo uma mente doentia e uma estúpida fantasia de carnaval grudada no meu corpo empapado de suor. Sentei num tronco de um coqueiro, a esmo no chão, e fiquei tranqüilamente fitando os seus gestos lacônicos. A emoção de ti ver tão bela era estonteante. Uma Vênus no poente de uma tarde púrpura a andar nas pontas dos pés como uma equilibrista na corda-bamba. O único som que se ouvia era de algumas aves ribeirinhas e a torrente do rio.

Como gostaria que perpetuasse aquele momento, mas depois o seu ventre deu sinal que o nosso crime lascivo tinha evoluído. Passamos a nos angustiar a cada instante. Temia o que seu pai poderia fazer comigo. Na verdade eu temia tudo. Os seus pais, os meus, o futuro, os meus amigos e principalmente você. Sim, você. A imagem que criara para te impressionar estava preste a cair em ruínas e o sentimento que, até aquele momento, desconhecia, estava me tomando por inteiro. Nunca pensei que era um covarde, um crápula, mas era. “Isso são coisas que estão entranhadas na nossa alma e a qualquer momento elas surgem como um fantasma a nos assombrar”, pensei naquela ocasião. Levei-te para matar o nosso amor e com algumas alfinetadas ele morreu numa cama fria, num quarto de um sobrado abandonado pelos proprietários. Morreu na mão de uma feiticeira desesperada por dinheiro fácil. Ele simplesmente morreu.

Você, mesmo fragilizada, me encarou com desdém, com nojo e eu também compartilhava desse mesmo maldito cálice amargo. Com a mente em torvelinho, me pus para fora daquele quarto e, mais uma vez, te deixei a esmo e seria a última vez que você me daria essa oportunidade. Depois daquele fatídico dia, não mais te veria. Na via pública, caminhei sem um destino concreto, porém não voltaria. Não era honrado voltar. A nossa historia tinha sido encerrada por um metal perfurante a destroçar a cabeça de um feto.

As minhas lembranças foram interrompidas abruptamente por astutos e farsantes lobos devoradores que esmurravam a minha porta a procura do verme que lá estava estabelecido para devidamente decapitá-lo. No meu isolamento degradante pus a me esconder debaixo da cama, porém era evidente que seria achado facilmente e fui. Arrastaram-me até o centro do quarto e um estrondo rompeu o meu crânio, salpicando, assim, o meu cérebro por todo quarto e por cima das roupas dos meus carrascos. Só pensei, depois, em ti pedir desculpas.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Adultera ou Adúltera? “Ah, tá! Uma coisa chama a outra.”

Hoje e sempre o papel de líder religioso é de extrema importância para a sociedade. E não entendo o porquê de não exigir qualificação para essa “profissão”. Sim, uma profissão. E não qualquer profissão, pois é exigido conhecimento de várias áreas do universo humano. Quem poderá me dizer que o ministro de Deus não deva ter conhecimento de Filosofia, Psicologia, Medicina, Sociologia e Teologia? Todos esses conhecimentos estão entranhados na sua rotina. Como é que ele poderá constatar que a sua ovelha não está possessa de demônios, pois é vítima de epilepsia? Como é que ele vai saber o que a Bíblia profere se o mesmo não sabe nem ler? Como é que ele vai tratar um esquizofrênico? Com pancadas e água benta?

Perigoso, muito perigoso...

Já passou do tempo de exigir qualificação a esses profissionais. É inconcebível que “qualquer” um possa exercer esse ofício. E desconfio muito daqueles que dizem que o representante de Deus não pode ser um profissional, pois é uma vocação divina. O discurso parece muito bonito, mas não é prático, nada prático. Numa sociedade coalhada de analfabetos, quem vai saber o que está realmente escrito na Bíblia? O caso desse vídeo é um resumo (ou um todo) do que quero dizer.

Grupo Kant


Grupo avançado de Estudo, coordenado há dois anos pelo Prof. Dr. Érico Andrade, todas as quartas, às 10h30mim, na sala do professor (15° Andar).
Leitura Atual: “Crítica da Razão Pura”.

domingo, 8 de março de 2009

Livra-me


Num cômodo escuro, Thelma agonizava em dor. Teria passado longas horas com os seus carrascos e agora tentava descansar. Longas horas de espancamento e estupro. Os olhos inchados com rodelas de hematoma desfiguravam o seu rosto e sentia a pele em fogo. No seu inconsciente ouvia vozes pouco nítidas que repetiam a mesma palavra. Vazio. Os maus espíritos da loucura a dominava e Thelma não tinha forças para desvencilhar-se desse mal. A imagem do homem chutando o seu rosto e depois rasgando a sua roupa persistia em massacrá-la. O grito seco reproduzia um ruído de dor. “Deus, por favor, não deixe que eles voltem”. Na boca ensangüentada, murmúrios desesperados brotavam em gotas de sons. “Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundir. Livra-me pela tua justiça”. “Livra-me, meu Senhor”. “Livra-me!”.

Apática Thelma já não se encontrava no mundo real. Em devaneios tortos se via na mão da morte e o diabo era o seu serviçal. O sentimento de culpa espalhou-se pelo seu corpo causando repulsa por si mesma. O sangre coalhado do seu rosto atraíram insetos desejosos em sobreviver com os restos de vida de Thelma. “Eles vão me matar”. “Vão me matar”. A mão trêmula adotou um comportamento deteriorado, estranho, enquanto a sua boca balbuciava palavras confusas. O farrapo humano respirava ofegante.

No seu estupor temporário a sua alma navegava em fatos de sua vida. Uma nesga de lembrança levou-a a sua infância. “Thelma vai morrer”. “Thelma vai morrer”. Era o que garotos gritavam enquanto Thelma estava em desvantagem no jogo que conhecia como queimado. “Vai, vai! Pega ela!”. Eram dois contra um. Suas amigas estavam todas no outro lado presas e impotentes perante a habilidade agressiva dos garotos. Era preciso pegar a bola e acertar nos seus oponentes, porém ela não tinha chance. Ficava de um lado para outro fugindo das bolas que disparavam como um foguete em sua direção até uma atingir em cheio o seu rosto. O sangue jorrou do seu nariz. “Morreu!!!”

Um barulho veio de outro cômodo. Tentou se concentrar no som, mas tinha dificuldade em fazer uma ligação lógica do que ouvia. A luz do quarto foi acesa. Pouco deu para perceber a luz com suas pálpebras inchadas. Dois homens entraram. Ela recuou até a parede. Sabia que seu corpo não agüentaria mais uma seção de tortura. Havia um objeto na mão de um dos homens. Não deu para saber o que era. Ele ergueu a pá e com um gesto definitivo esmagou o crânio de Thelma.

Na rua chovia muito. Uma luz imperceptível trafegava lentamente em direção ao seu destino. A morte chegou para Thelma de forma trágica e agora seu espírito bailava se desvencilhando das tristes gotas da chuva.