sábado, 21 de fevereiro de 2009

Circunda


A pobreza nos circunda,
Emporcalha idealismos mentirosos
Escuridão que não facunda.
Viela brasileira.
Alguns pobres-diabos arrastando-se a pedir esmolas
A pedir desculpas,
A pedir socorro,
A pedir escolas.

Lágrimas correm desoladas
Na falta de perspectiva.
Na falta de opção
Condenados à submissão
Nessa dura fotogenia
Engolindo uma democracia
Cheia de desigualdade
Sem generosidade
Sem educação.

Um Zé, uma Maria
Que não podia ter
Crescer,
Ser.
A contemplar a concentração de um poder
Corrupto,
Sem sossego
Sem emprego
Sem nação.

Uma circunstância
Agravante.
Desmoralizante.
Efígie de população.

E um grito ecoa em avenidas

-A prioridade é iminência.
Escolas, colégios, academias
E não deposito de gente!
Não quero mais
Viver num país de indigentes.
Carente.
Cadáver.

Enquanto isso a população desolada
Busca saída numa
Alienada bola.
Alienando a imaginação.

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